29/06/04

Mais uma cuspidela para o ar

Sem niguém lhe ter pedido nada, vem mais uma vez, o Sr. Professor, com uma carta aberta, desta vez dirigida ao Presidente da República.
Convém, para o caso, lembrar que o percurso político desta sumidade da Nação começou, em nome de um partido, numa altura em que era difícil ser-se de direita, não embarcar numa constituição que apontava a Portugal o rumo do socialismo (a cama ficou feita).
Esta personagem desiludiu-se quando perdeu as muletas, uma pensava e a outra falava por ele.
Anos mais tarde é gozado, com requintes de malvadez, pelo apelidado pai da democracia, vai daí atira-se à piscina.
Não contente, vem com a ideia da equidistância, palavra fácil de entender, difícil foi explicar aos seus eleitores de sempre, onde se situava.
Sr. Professor, agora que fala tanto em eleições, qual foi o eleitorado que lhe deu crédito para opinar?
Olhe que a sua Cátedra não é suficiente.
Terá sido, então, a troco de papel e envelope timbrado, que o tal pai da democracia lhe ofereceu o lugar de Presidente da Assembleia da ONU?

28/06/04

Telemóvel

Já lá vão uns anitos, quando um ministro qualquer afirmou que o desenvolvimento de Portugal se media pelo número de utilizadores do dito electrodoméstico. Pasmei-me.
Ontem, tive que dar o braço a torcer, não é que o dito aparelho também serve para convocar manifestações espontâneas e, ainda por cima, com dois dias de antecedência. Pasme-se o desenvolvimento da tecnologia.
- Sra. Dra., desculpe, Sra. Arquitecta, qual foi o tarifário que utilizou para enviar as suas mensagens?
O Presidente vai nú....

27/06/04

Dr. Molão

Quando iniciei este blog, propus-me, estilo promessa de deixar de fumar, de pelo menos apor uma posta por dia.
Ora já lá vão 3 dias e nada.
É que a digestão do “abalo” do 1º Ministro para Bruxelas foi demorada.
O homem espalhou tenacidade por tudo quanto era poros, com aquela do – O País está de tanga – que quando, à dias veio à televisão afirmar que não era candidato a nada, logicamente acreditei, e pensei que se iria dar continuidade à aposta na candidatura, pífia é certo, do Dr. Vitorino.
Esqueci-me que o homem tinha sido Ministro dos Negócios Estrangeiros no tempo do Cavaco, esqueci-me que em Portugal são raros os que fazem política séria e desinteressada, e o mais importante, esqueci-me que o povo português tem memória curta.
Mas o que mais me custa, vão ser os 6 meses em que o País irá estar parado à espera da dança e o rebolar das cadeiras.
Todos temos ideias diferentes sobre o assunto, mas todos temos o sentimento enraizado que este Portugal nos sufoca e nos diminui.
E eu digo: a alternância não pode continuar a ser alternativa.

24/06/04

Constituição das Europas

Foi aprovado, recentemente, o texto da nova Constituição Europeia, cabendo agora aos Estados membros a sua ractificação.
Cá, neste rectângulo à beira mar plantado, propõe-se um referendo, estando já, a classe politica parlamentar, numa lufa-lufa com as datas e a melhor altura para a realização do mesmo.
S. Ex.a o Presidente da República lembra que, para além das datas, a necessidade da discussão da Constituição Europeia seja feita com a maior abrangência possível.
Sabendo que 80% da população portuguesa desconhece a própria constituição e que a classe política só está preocupada com as datas do referendo, deduz-se que os outros 20% sejam sindicalistas, advogados e constitucionalistas.
Da parte do Bispo de Lisboa, Primaz de Portugal, não haverá problema, pois a nova concordata já está aprovada.

23/06/04

Fado

Dizem os entendidos haver três tipos de fado, o de Lisboa, o de Coimbra e o do Porto, não só pela forma do cantar mas também pela especificidade da guitarra.
Dos dois primeiros sabemos e atestamos a sua existência, quanto ao último ....
Isto a propósito da candidatura do Fado a património da Humanidade pela Unesco.
Já estou a imaginar as cabeças iluminadas, entre dois tintos e um caldo verde, à mesa duma típica casa de fados do Bairro Alto, enquanto uma qualquer voz esganiçada tenta sobrepor-se ao mermúrio dum grupo de japoneses, esgalhar um texto para explicar aos gajos da Unesco o significado da palavra saudade.
Já estou a ver os Zés Cabras do fado a mandar vir, porque não foram tidos nem achados em todo o processo.